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Atualizado em: 25/11/2009
No primeiro cenário, o Brasil chegaria a um PIB de R$ 15,3 trilhões em2050, mas perderia 0,5% (R$ 719 bilhões) por causas das mudanças do clima. Nosegundo, considerando uma trajetória de crescimento mais limpo, o PIB chegaria a R$ 16 trilhões, mas as perdas seriam de 2,3% (R$ 3,6 trilhões). Coordenadora operacional do projeto, a pesquisadora da Coordenação dosProgramas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio deJaneiro (Coppe/UFRJ), Carolina Dubeux, afirma que é preciso deixar claras asconsequências macroeconômicas da mudança do clima, que não se restringem aosdebates científicos e ambientais. "O impacto do clima ainda vai ser modesto em2050, ainda assim na economia será bastante grande. Há uma tendência de reduçãodo PIB em função da mudança climática. E no Brasil isso vai aumentar asdisparidades regionais", cita. Entre os setores mais vulneráveis aos prejuízos do aquecimento global nopaís estão agricultura e energia. Se nada for feito para adaptar a produção àsmudanças do clima, todas as culturas - com exceção da cana-de-açúcar - sofrerãoredução das áreas com baixo risco de produção. Para as lavouras de café, opercentual é de 18% e para a soja chega a 30%. A perda anual na agricultura pode passar de R$ 10 bilhões, de acordo com o estudo. O custo da falta de ações para o setor energético também será alto. Com aredução da vazão dos rios, o sistema elétrico vai perder capacidade de geração,principalmente nas regiões Nordeste e Norte. "A perda de energia firme vai serda ordem de 33%. Tem que haver planejamento para o futuro que considere isso,com complementação por outras fontes", calcula a pesquisadora. Nas zonas costeiras, a elevação do nível do mar pode causar prejuízos deaté R$ 207,5 bilhões até 2050 com a perda de patrimônio. Para a Amazônia, o levantamento estima perda de até 38% das espécies, alémde R$ 26 bilhões a menos por ano com a perda de 12% dos serviços ambientais. Ocenário considera a redução de 40% da cobertura vegetal da floresta, que,segundo o IPCC, deverão ser convertidos em savana. O estudo, que levou cerca de dois anos para ser concluído, teve acolaboração de instituições como o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), aUniversidade de São Paulo (USP), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária(Embrapa), o Fórum Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável e o Instituto dePesquisa Econômica Aplicada (Ipea). As informações são da Agência Brasil.
(RR)