O estudo Economia da Mudança do Clima no Brasil: Custos eOportunidades, que será lançado hoje (25), prevê perdas entre R$ 719 bilhões eR$ 3,6 trilhões até 2050 para a economia por causa das mudanças climáticas.Também aponta investimentos que o país pode fazer para evitar prejuízos e ossetores em que é possível reduzir expressivamente as emissões de gases de efeito estufa. Elaborado por 11 instituições, entre elas o Instituto Nacional de PesquisasEspaciais (Inpe), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e aFundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o estudo lista osinvestimentos necessários para evitar grandes perdas econômicas com a mudança doclima e calcula que sejam necessários pelos menos R$ 104 bilhões naagricultura, no setor energético e em ações de gestão e políticas públicas paraas zonas costeiras, ameaçadas pela elevação do nível do mar. Na agricultura, por exemplo, o investimento de R$ 65 milhões por ano namodificação genética de arroz - para garantir adaptação à mudança do clima - temum benefício 8,2 vezes maior que o custo. Para a soja, a vantagem é 16,7 vezesmaior que o investimento. A previsão do estudo para o setor elétrico é que serão necessáriosinvestimentos de US$ 51 bilhões para garantir a instalação de capacidade extrade geração de energia, já que as hidrelétricas perderão potencial com adiminuição da vazão dos rios, provocada pela redução de chuvas nas regiões Nortee Nordeste. "De preferência com geração por gás natural, bagaço de cana eenergia eólica", sugere o relatório. A proteção das zonas costeiras somaria R$ 3,72 bilhões até 2050, cerca deR$ 93 milhões por ano. A conservação da floresta, os biocombustíveis e a taxaçãode carbono são listados como oportunidades de mitigação das emissões nacionaisde carbono.
A produção de etanol pode evitar o lançamento de 187 milhões a 362 milhõesde toneladas de gás carbônico equivalente na atmosfera, de acordo com o estudo.A taxação do carbono entre US$ 30 e US$ 50 por tonelada (R$ 52 a R$ 86) emitidareduziria as emissões brasileiras entre 1,16% e 1,87%, com impacto no ProdutoInterno Bruto (PIB) de 0,13% e 0,08%, respectivamente. O relatório também aponta a vantagem da redução do desmatamento na Amazôniaa partir do pagamento pela manutenção da floresta em pé. "Um preço médio decarbono na Amazônia de US$ 3 por tonelada, ou US$ 450 por hectare,desestimularia entre 70% e 80% a pecuária na região", de acordo com o texto. A pesquisa foi inspirada no Relatório Stern, estudo britânico que em 2006calculou o custo da mudança climática em 20% do PIB global e apontou anecessidade de investimentos da ordem de 1% das riquezas do planeta para evitaros prejuízos causados pelo clima. As informações são da Agência Brasil.
(RR)