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Atualizado em: 25/11/2009
Agora, o grande desafio é tornar a segunda safra, além de uma boa opçãotécnica, mais rentável para o produtor. Este foi o enfoque dos primeiros debatesdo X Seminário Nacional de Milho Safrinha, que ocorre em Rio Verde, Goiás, atéessa quinta-feira (26). Participam 475 inscritos, entre produtores, técnicos,pesquisadores, professores e estudantes.
Na abertura do evento, o professor Alessandro Guerra, presidente da comissãoorganizadora, destacou que é preciso superar os rendimentos obtidos na safrinhae disse esperar que as informações e debates do seminário possam contribuirpara a evolução da cultura no país.
A chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), Vera Maria CarvalhoAlves, afirmou que as pesquisas agropecuárias devem buscar soluções queauxiliem a reduzir custos e melhorar a eficiência dos sistemas de produção. Estaafirmação foi reforçada pelo secretário de Estado da Agricultura, Pecuária eAbastecimento de Goiás, Leonardo Veloso, que ressaltou a influência exercidapelos aspectos mercadológico e de logística na safrinha. Para Veloso, osresultados das pesquisas devem aumentar não só a produtividade da cultura, mastambém a margem de retorno do agricultor.
A primeira palestra do seminário abordou as perspectivas de mercado do milhosafrinha e foi apresentada por Sílvio Farnese, coordenador geral da Secretariade Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.Farnese demonstrou que a produção de milho safrinha deve aumentar cerca de 5% nasafra 2009/10 em relação à anterior, passando de 17 para 18 milhões detoneladas, segundo dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
A produção total no Brasil, somando-se as duas safras, está em torno de 51,5milhões de toneladas e pode ter um aumento de 2 a 2,5% no próximo ano. A partirda análise de oferta e demanda nos mercados nacional e internacional, Farneseafirmou que não há perspectivas de alteração de preços em 2010. Atualmente, opreço médio é de R$ 18,30 por saca de 60 quilos.
O palestrante fez um alerta aos produtores. Destacou que 20% da produçãobrasileira de milho foi comercializada este ano com apoio do governo, que dispõede 5 milhões de toneladas em seus estoques. Farnese ressaltou a dificuldadepara devolver essa produção ao mercado, o que pode gerar dificuldades dearmazenamento nos próximos meses, quando for necessário estocar também soja.Além disso, o orçamento do governo para 2010 será mais apertado, o que dificultarepetir as operações para manutenção do preço do milho realizadas este ano naordem de R$ 1,4 bilhão.
Para a safra 2009/10, os estoques iniciais no país estão em cerca de 10milhões de toneladas. O preço mínimo terá aumento de 5,8%, passando para R$17,46 no sul, sudeste, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal; R$ 13,98 noMato Grosso e Rondônia; e R$ 20,10 nas regiões nordeste e norte, excetoRondônia. Farnese prevê que haverá preços de mercado abaixo dos mínimos em regiõesdistantes de portos. Ele ressaltou que o frete onera bastante o custo e, porisso, é muito importante haver investimentos em infraestrutura de transportepara facilitar a comercialização.
O coordenador geral da Secretaria de Política Agrícola aconselha cadaprodutor a analisar sua realidade e fazer os cálculos para definir se compensaou não fazer o plantio de milho. De toda forma, ele lembra a relevância dacultura para as diversas cadeias produtivas, como a da carne e a do leite. Sobre a safrinha, Farnese afirma que o custo de produção é mais baixo e hámelhoria das condições do solo para a safra de verão. A rotação com milho e umaleguminosa, geralmente a soja, é muito saudável, diz. Além disso, o preço decomercialização da safrinha tende a ser mais elevado, pois ocorre no segundosemestre, período de entressafra. As informações partem da Embrapa Milho eSorgo.
(VA)